quinta-feira, 14 de abril de 2011

Criminalização da Homofobia

 Entrevista da Marta Suplicy publicada na revista "A CAPA"


 "As forças militares ainda não entendem de direitos básicos da democracia", diz Marta Suplicy

Por Marcelo Hailer em 29/03/2011 às 16h16
"As forças militares ainda não entendem de direitos básicos da democracia", diz Marta Suplicy
Na manhã de ontem, segunda-feira (28), a senadora Marta Suplicy (PT-SP) esteve presente ao ato contra a homofobia realizado na Universidade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). Convidada pelo Centro Acadêmico XI de Agosto para a abrir o evento, a senadora conversou rapidamente com a reportagem de A Capa.

Na entrevista exclusiva que você confere a seguir, Marta Suplicy, atualmente relatora do PLC 122 - projeto para criminalizar a homofobia no Brasil -, comenta o fato de uma universidade do porte da USP realizar um evento contra a homofobia. A parlamentar classificou como "importantíssimo" o fato da USP abrir suas portas parar debater a questão dos direitos LGBT.

A senadora também deu sua opinião a respeito do caso de Guilherme Rodrigues, 23, vítima de agressão homofóbica na semana passada na região da avenida Paulista. Para Suplicy, o caso revela a importância de se criminalizar a homofobia e de como as forças militares do Brasil ainda não sabem lidar com "direitos básicos da democracia".
O que você acha da faculdade de direito da USP receber um ato como esse?É um progresso. Um evento importante. A USP sempre teve como característica acolher diferentes movimentos, para o PLC 122 esse apoio da USP é muito importante. E ver esse espaço todo enfeitado, com balões da cor do arco-íris é um gesto simbólico importantíssimo.

Qual a sua opinião sobre o Ministério Público de Brasília ter aberto um processo contra o pastor Silas Malafaia por homofobia? O pedido que os parlamentares conservadores fizeram (para a denúncia do MP não prosseguir) não foi aceito. Isso mostra que caminhamos bem. Temos os destinos de uns e o senso de outros.

Semana passada um jovem foi agredido e ao chegar na delegacia se negaram a registrar o Boletim de Ocorrência como delito homofóbico. Com você analisa isso? Isso é muito sério. Esse caso mostrou que as forças ditas civis e militares ainda não entendem sobre os direitos básicos de democracia, e o preconceito ficou evidente. Ao mesmo tempo, é interessante, porque mostra como nós devemos ser a favor do PLC 122. Se a homofobia já estivesse criminalizada, isso não aconteceria. Ela [a escrivã] não teria falado o que falou [no episódio, a escrivã disse ao jovem agredido que a homofobia não existe]. Mas gostei muito da postura do delegado que não acatou o testemunho dela, pois não correspondia ao pessoal que estava no posto de gasolina e presenciou a agressão.

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